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Bate-papo com Erik Rivera
Puntismos: Erik, obrigado por conversar com Puntismos. Onde você está agora?

Erik Rivera: Estou atualmente em NYC. Mas, em breve, me mudo para Los Angeles.

Puntismos: Eu sei que você tem aquela dinâmica de Prince of Bel Air. Conte-nos como foi crescer em New Rochelle.

Erik Rivera: Bem, New Rochelle era predominantemente branca quando eu estava crescendo. Então, era complicado se encaixar. Minha mãe estava sempre confusa.

Puntismos: De onde são os seus pais? Como eles foram parar em Westchester?

Erik Rivera: Minha mãe é da Guatemala. Meu pai é de Porto Rico. Ele se mudou para Jamaica Queens ainda criança. Minha mãe se mudou para os EUA aos 19 anos. Eles se conheceram na cidade, se casaram e decidiram se mudar para o subúrbio e começar uma família. Minha mãe não queria nada com a cidade... principalmente se ela tivesse filhos.

Puntismos: Certo. De que forma ser hispânico afeta o seu trabalho? Você pensa: “Cara, sou um comediante que é hispânico” ou “Sou um hispânico que é comediante” ?

Erik Rivera: Bem, há o selo de “comediantes hispânicos” e eles ficam presos fazendo programas com essa temática. Segundas Fritas, Terças Tacos, Sextas Fiestas... Eu sou um comediante, eu sou um hispânico, mas eu sou um comediante. Eu posso interpretar qualquer público. Eu não alieno nenhuma audiência.

Puntismos: Parece que o seu trabalho já cruzou fronteiras e que você não tem apenas um alvo. Trata-se de uma decisão tática ou só algo que vem de dentro?

Erik Rivera: Sou eu. Eu nasci aqui. Eu sou Americano, com pais hispânicos. Eu quero mostrar às pessoas como é ter essas influências e a família na minha vida. Eu mantenho tudo na real com o público.

Puntismos: Você também foi para Pace... parece que você se formou lá. Foi para obter conhecimento pessoal? Para acalmar o “aluguel”? Qual a importância da educação, não apenas para o entretenimento, mas para você?

Erik: Foi um pouco de cada coisa. Foi assim que eu fui ensinado... depois do colégio, você vai para a faculdade. Meus pais realmente queriam que eu fosse. Então, eu fui. A educação é importante. Eu acho que toda a experiência foi vital para o meu crescimento. Não apenas a educação da sala de aula, mas o encontro com as pessoas… ver como funciona o mundo de verdade… networking… a interação com diferentes idéias. Até mesmo vir para a cidade, que é totalmente diferente de New Rochelle. Ser exposto a tantas raças diferentes, tantas culturas, etc.

Puntismos: As pessoas sempre vislumbram o comediante como aquele pestinha da sala de aula que transformou seus atos em profissão. Você se encaixa nesse grupo? Quando você pensou que iria fazer disso a sua vida?

Erik Rivera: Não. Eu nunca fui o palhaço da sala ou coisa do tipo. Eu era engraçado com os meus amigos. Comediantes são aqueles que observam as coisas. Nós vemos as coisas de modo diferente. Eu tinha acabado de sair da faculdade quando decidi que essa seria minha carreira. Eu não tinha idéia do que fazer da minha vida, então, achei que seria legal tentar e ver no que dava.

Puntismos: Os seus amigos pegam no seu pé, fazendo perguntas do tipo “por que você não arruma um trabalho igual a todo mundo” ?

Erik Rivera: Hahaha. Não. Eles entendem. No começo, meus amigos e minha família não entendiam. Eles achavam que eu estava perdendo o meu tempo e jogando minha vida fora. Eu tive que levá-los em uma apresentação para que eles pudessem ver como eu era bom naquilo. No meu primeiro ano, eu consegui um empresário. Depois de um ano e meio eu assinei com a agência CESD para fazer comerciais, TV e filmes.

Puntismos: É óbvio que George Lopez esculpiu uma trajetória para jovens comediantes hispânicos? Você olha para a carreira dele e pensa que seguiu seus passos?

Erik Rivera: Não. Não existe uma trilha certa para comediantes. Ele não conquistou seu sitcom antes dos 40. Ele teve suas próprias batalhas, especialmente quando estava começando como comediante mexicano. O homem lota teatros de maioria hispânica. Eu quero ser uma voz para os novos americanos, os americanos mestiços. Quantos de nós têm pais imigrantes? Eu estou mostrando essa perspective. Além disso, quero ter meu sitcom muito antes dos 40... sem ofensas ao George, que eu amo e respeito.

Puntismos: Entendi. É... foi mesmo uma estréia tardia… no mainstream. Mas tanta coisa mudou nos últimos dez anos. O mundo mudou. Quais são suas outras influências? Você lista Richad Prior e Dave Chapelle.

Erik Rivera: Chapelle é fantástico. Eu o vejo e trabalho com ele sempre que ele está em NYC, no The Comedy Cellar. Um gênio. Eu também gosto de assistir comediantes desconhecidos… Modi, Lisa Landry, Jon Fisch, Greer Barnes, Wali Collins, Ben Bailey, Greg Giraldo. Influências de pessoas que não são comediantes... claro, a minha família, meu empresário (Eric Hanson), que desde o primeiro dia batalhou por mim em clubes e audições.

Puntismos: O seu cartão de dança parece cheio, graças ao seu agente. Há algum lugar onde você realmente gostaria de se apresentar? Que seja especial para você?

Erik Rivera: Bem, como disse antes, eu amo o Comedy Cellar, o melhor clube de NYC. Também adoro o Comic Strip Live, o Caroline’s quando estou na cidade. Em Los Angeles, eu adoro o Laugh Factory e o Hollywood Improv.

Puntismos: Quanto da sua performance é ensaiada e quanto é improvisada? É preciso ser bastante ágil intelectualmente para deixar rolar. Os comediantes mais talentosos têm esse jogo de cintura.

Erik Rivera: Bem, você tem o material, você tem suas “ferramentas” no palco. Você pode ter um plano ao subir no palco, mas você precisa se preparar para o que der e vier. Os melhores comediantes dão a impressão de que eles estão falando pela primeira vez e que tudo está saindo naturalmente da cabeça deles. Não me leve a mal, mas em certas noites você tem de improvisar porque alguém está usando um chapéu gigante, ou porque alguém ri de forma engraçada... é o elefante cor-de-rosa na sala. Você precisa apontá-lo porque senão ele distraí o público.

Puntismos: Recentemente, você gravou para o Funny People After Talk, da MTV. Fale um pouco sobre esse trabalho.

Erik Rivera: Foi um promo/comercial para chamar a atenção do público para o parceiro deles, o canal Comedy Central. Foi legal, só um bando de comediantes sentados a uma mesa e jogando conversa fora.

Puntismos: Você também tem uma sitcom em desenvolvimento. Como está o projeto?

Erik Rivera: A produtora de Montel adora a idéia de criar uma sitcom baseada na minha vida. Estamos pautando a idéia em Hollywood, mas com a recente greve dos roteiristas, tivemos alguns obstáculos. Assim, estamos esperando as coisas voltarem ao normal para retomar com toda a força.

Puntismos: Você está vindo de vez para Los Angeles?

Erik Rivera: Estarei em Los Angeles em março, acertando umas reuniões com algumas redes de TV, fazendo um “pessoal” e me apresentando nos clubes de lá.

Puntismos: Erik, você vai fazer isso acontecer. Obrigado por falar com Puntismos.

Erik Rivera: Obrigado vocês. Vocês são demais.

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